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interesse por civilizações antigas

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Estudante de civilizações antigas, em especial o Egito e sua arte
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segunda-feira, 8 de abril de 2019

Deuses Rá e Osíris: os deuses da vida pós morte

Os deuses Rá e Osíris fazem parte de duas dimensões, a osíriaca e solar.

É o que nos informa o Livro dos dois caminhos, livro este, encontrado nos ataúdes de Deir El- Bersha, uma vila copta, onde havia um antigo cemitério dos governadores (no período da 11ª a 12ª Dinastia).

Deir El-Bersha localiza-se próximo a cidade de Minya, ao sul do Cairo.

No livro é mencionado a existência (no mundo pós morte) de 7 portas com 3 guardiões cada uma. Nomes que o defunto deverá conhecer.

Os dois caminhos citados no livro são: o caminho de água, um caminho sinuoso, que conduz aos 'campos da felicidade' administrados por Osíris. É considerado um caminho noturno que tem o deus Thot como condutor.

O outro caminho é o de terra, um caminho também sinuoso e de cor negra. É considerado um caminho diurno. O difunto encontra-se na barca solar e será conduzido ao deus Rá.

O destino final do do morto será o encontro com Haroeris, nome em grego de Rá-Hórus 'o velho'. Ou então Hor-Ur em egípcio. O deus encontra-se com a cabeça de falcão adornada com duas coroas, a do Alto e Baixo Egito.

Deir El- Bersha:











segunda-feira, 4 de março de 2019

Textos funerários

O Período Intermediário que abrange o ano de 2134 a 2040 a.C. os sepultamentos eram menos elaborados. 

Agora a atenção estava voltada ao interior dos ataúdes que eram decorados em suas partes internas com mensagens que buscavam expressar os desejos e preocupações do defunto e não mais apenas dos faraós. Agora quem tivesse disposto a pagar teria suas inscrições feitas dentro do seu próprio ataúde, que antes eram apenas destinadas aos faraós, nobres e chefes.

Os Textos Funerários abrangiam: Textos das Pirâmides (os mais antigos da humanidade) que dá origem ao Textos dos Ataúdes, que por fim dá origem ao Livro da Saída ao Dia ou O Livro dos Mortos.

(Texto dos Ataúdes)

O Textos dos Ataúdes passa dos muros das câmaras interiores das pirâmides régias para as paredes de ataúdes retangulares. Estes textos contém fórmulas de oferendas, representações dos objetos pessoais dos defuntos e textos em coluna, escritos em hieróglifos cursivos, em tinta vermelha e preta para serem recitados pelo morto:



(Olhos de Hórus eram pintados na altura da cabeça do defunto para que ele pudesse ver o sol ao nascer e ressuscitar com ele)



quinta-feira, 26 de abril de 2018

Literatura egípcia

A Literatura egípcia é marcada por textos religiosos e literários.

Os textos religiosos buscam transmitir aos seus leitores uma verdade objetiva através dos mitos.

Os textos literários colocam como centro o indivíduo e não a realidade exterior. Destaques para as autobiografias de nobres do final do Reino Antigo. Como a autobiografia do auto oficial Herkhuf, encontrada na necrópole de Qubbet el-Hawa, em Elefantina, na 6ª Dinastia. Nesta biografia o oficial descreve sua viagem ao país de Yan.

 (autobiografia do nomarca de Aswan: Herkhuf)

(necrópole Qubbet el-Hawa, um paredão de sepulturas)




sexta-feira, 23 de março de 2018

A Língua Egípcia - Parte 2

Continuando o tópico: A Língua Egípcia - Parte 2

A segunda fase da língua está dividida em 3 etapas:
  • O neoegípcio  (período 1350 a 650 a.C. ou  Império Novo) com textos áulicos, ou de aulas: O Poema de Kadesh e também a relação de guerra contra "os povos do mar" (gregos, hititas,etc). Era a época de Ramsés II, Hatshepsut, Amenóphis IV, Tutankhamon, entre muitos outros.
  • O demótico (650 a.C. a 452 d.C.) é a língua falada e escrita. Narrativas com instruções e textos de profecia. 
  • O copto (séculos II a XVII d.C.) ou escrita copta cristiana, também uma língua falada e escrita. A literatura copta é gnóstica e cristã. Os textos gnósticos mais conhecidos são da Biblioteca de Nag Hammadi, com evangelhos apócrifos e textos apocalípticos. Os textos monásticos mais conhecidos são do monje Shenute do monastério de Sohag no Alto Egito. Dessa maneira fixa-se definitivamente a língua copta, baseada no alfabeto grego, que é alfabético: antes do copto não anotavam-se as vocais (como no sistema árabe, hebreu). Já no copto, baseado no alfabeto grego, as vogais são anotadas.
Nota-se que durante os 5000 anos  a língua egípcia utilizou de quatro sistemas diferentes na sua escrita: hieróglifos, hierático, demótico e o copto.

Hieróglifo: Hieros=sagrado Glifo=esculpido, gravado
Hierático: Sacerdotal
Demótico: Popular
Copto: a palavra deriva da palavra grega qibt. Os árabes ao conquistar o Egito em 640, denominaram assim os habitantes do país. Nessa época os egípcios eram cristãos.


Na fileira 1: vemos os hieróglifos, esculpidos em pedra

Na fileira 2: vemos os hieróglifos, esculpidos em pedra, porém sem detalhe no seu interior

Na fileira 3a: vemos os hieróglifos, esculpidos em madeira ou marfim.

Na fileira 3b: vemos os hieróglifos cursivos, pintados em ataúdes, ou suportes duros. São também escritos com tinta em papiros.

Na fileira 4: vemos o sistema hierático, escritos com tinta em papiros e ostracas (fragmento de cerâmica ou pedra).







terça-feira, 20 de março de 2018

A Língua Egípcia - Parte 1

Existem 6 famílias de línguas afro-asiáticas. Uma delas deu origem ao egípcio, a língua nativa do Egito. São elas:
  • el-líbico-beréber (Saara, Siwa)
  • el cushítico (Sudão, Somália)
  • el chádico (lago Chad)
  • el omótico (Etiópia)
  • el semítico (atualmente falada em toda África Árabe, acádio, assirio, babilônio, fenício, hebreu, aramaico, árabe)
  • el egípcio (língua nativa do Egito, extinguido desde o século XVII d.C.). A língua egípcia copta litúrgica não foi extinta.
O Egípcio é a  primeira documentação escrita de uma língua afro-asiática. Data de 5300 a.C. e é a documentação escrita mais prolongada da Humanidade, sendo objeto de estudo da Linguística.

A língua egípcia: O Egípcio, passou por 2 fases. E cada uma delas com 3 etapas diferentes. Abordemos a 1ª fase com três etapas:
  • A primeira etapa da língua compreende o período de 2700 a 2200 a.C. e é marcada: pelas inscrições monumentais, textos funerários e textos de cargos e títulos. O livro O Texto das Pirâmides resume esta fase.  Consulte o link Textos das Pirâmides e veja o texto.
  • A segunda etapa compreende o período de 2200 a 1350 a.C. é a etapa marcada pela língua de Sinuhé, pelos textos áulicos (aula) e pelos textos de instruções ou de moral (passados de pai para filho). Esta fase refere-se ao 1º período intermediário até o Reino Novo. Era a época de Akhenaton na 18ª Dinastia. As Aventuras de Sinuhé é considerada uma das mais importantes obras de Literatura do Antigo Egito.
  • A terceira etapa compreende o período de 1350 a 400 d.C. E é marcada pelos textos sacros, funerários e áulicos mais elevados. Destaque para o Livro da Saída ao Dia ou O livro dos Mortos. Livro  este que é uma coleção de livros, contendo: a) fórmulas funerárias; b) livros funerários escritos nas tumbas do Vale dos Reis; c) textos litúrgicos e mitológicos da época ptolomáica. Aparece em inscrições nas paredes do templo em Edfu, em decretos sobre estelas, como na Pedra de Rosetta por exemplo. É a coleção de livros mais importante a partir do Reino Novo
O sistema de escrita utilizado são os hieróglifos. É uma escrita pictográfica,